EUA, Canadá, Portugal, Alemanha e Austrália são os destinos preferidos dos brasileiros da área digital
O Brasil é um dos países mais propensos à fuga de talentos locais na área digital, segundo um novo estudo publicado pelo Boston Consulting Group (BCG). Conforme o levantamento, realizado em parceria com a The Network em 180 países, os profissionais brasileiros que atuam no segmento estão entre os que mais desejam construir uma carreira no exterior.
De acordo com o relatório em questão, intitulado Decoding Digital Talent, nada menos que 87% dos experts digitais desejam sair do país, uma porcentagem bem superior à média global, que é de 67%.
Principais destinos
Os Estados Unidos, citados por 63%, aparecem como destino de preferência do brasileiro, seguidos de Canadá (51%), Portugal (37%), Alemanha (34%) e Austrália (37%).
Profissionais digitais são mais propensos a sair
Levando em conta todos os segmentos profissionais, na área digital a tendência à imigração é maior, segundo o levantamento.
Enquanto 55% dos não especialistas afirmaram estar dispostos a se mudar para uma oportunidade de carreira no exterior, no segmento digital esse índice chega a 67%.
E o interesse varia muito de país para país. Em lugares como o Brasil e a Índia, a disposição para tal mudança é de mais de três quartos, enquanto na China, por exemplo, menos de um em cada quatro entrevistados consideraria tal movimento.
Os Estados Unidos são o principal destino para especialistas digitais em todo o mundo. A lista dos cinco países mais atraentes inclui também Alemanha, Canadá, Austrália e Reino Unido, em ordem decrescente. Londres foi a cidade mais citada no âmbito global, seguida de Nova York, Berlim (ALE), Amsterdã (HOL) e Barcelona (ESP).
Brasil atrai pouco
Enquanto os experts digitais brasileiros pensam em partir para o exterior, são poucos os estrangeiros que se atraem pelo mercado local. O Brasil ocupa a 23ª posição no ranking geral de atratividade. Os estrangeiros que mais têm vontade de trabalhar no mercado digital brasileiro são de Angola (35%), Peru (34%), Argentina (29%), Costa Rica (22%) e Nicarágua (17%).
Metodologia
Para a realização do estudo, foram entrevistadas 27 mil pessoas com os seguintes perfis: conhecimento especializado (expert-level) em programação e desenvolvimento web, desenvolvimento de aplicativos, inteligência artificial, robótica, entre outras habilidades digitais.
Os dados foram recortados do relatório Decoding Global Talent 2018, que, na ocasião, entrevistou 366 mil pessoas de 197 países para identificar as principais tendências entre os profissionais de diversos setores em âmbito global.